domingo, 21 de outubro de 2007

PEDRO NUNES PÕE MIGUEL LEÃO EM "CHEQUE"...

In Tempo Medicina - 1º Caderno de 22-10-2007
Pedro Nunes reage a artigo de Miguel Leão
Artigo do Dr. Pedro Nunes*
Foi com espanto que vi publicada no «Tempo Medicina» uma pretensa carta de resposta do dr. Miguel Leão ao dr. Nuno Morujão, em que o candidato a bastonário aproveita para, de forma manifestamente desonesta, me associar ao dr. Nuno Morujão, identificando-o como meu conselheiro.
Utiliza para isso o argumento de o dr. Morujão me ter apoiado e participado num núcleo de reflexão nas eleições de 2004.
Procura, da forma desleal que infelizmente se tornou procedimento habitual, associar-me à questão do relógio de ponto por impressão digital e o honroso apoio do dr. Albino Aroso num qualquer conluio com os tempos da ministra Leonor Beleza.
Sabe o dr. Miguel Leão que, apesar de não ser cultor dos seus métodos, não tenho qualquer problema em responder-lhe nos termos exactos em que o merece.
Assim, para esclarecimento do candidato e dos leitores do «Tempo Medicina» informa-se:
— O dr. Nuno Morujão, na qualidade de médico, eventualmente apoia a minha reeleição. Se assim for só me resta agradecer e sentir-me honrado. O apoio de qualquer médico merece o meu agradecimento e honra.
— Opus-me de forma pública e continuo a opor-me aos métodos electrónicos de controlo de assiduidade quando aplicados à Medicina, já que são estúpidos porque reduzem a produtividade e perturbam as hierarquias técnicas estabelecidas.
— Contestei a decisão do dr. Morujão quando foi tomada.
Infelizmente, na altura, o dr. Miguel Leão em vez de ser solidário com o seu bastonário preferiu enredar-se numa acção mediática de ataque pessoal ao dr. Nuno Morujão, que lhe valeu ter sido publicamente desautorizado pelos médicos do Norte reunidos em assembleia regional que ele próprio tinha convocado.
O recuo do dr. Leão e a desunião dos médicos foi motivo de gáudio para todos os administradores e seguramente do agrado do sr. ministro da Saúde.
— Estou certo de que se aqueles que hoje afirmam querer unir os médicos não tivessem estado envolvidos durante os últimos três anos em acções sistemáticas para os desunir, estes seriam mais fortes.
Igualmente muito teriam contribuído para tal desiderato palavras de crítica ao ministro da Saúde por parte do agora candidato. Todos nós hoje só conseguimos recordar o seu ensurdecedor silêncio cúmplice.
— Em 1989, enquanto membro fundador do Sindicato Independente dos Médicos, participei activamente na luta contra a ministra Leonor Beleza. Nas negociações e combates políticos tive como adversário o dr. Albino Aroso, então secretário de Estado da Saúde e figura prestigiada da Medicina portuguesa.
Como antigo adversário, mas também como médico insigne, é para mim uma honra contar hoje com o seu apoio explícito.
— Na época difícil que então se viveu nunca vi em qualquer luta em defesa dos médicos o dr. Miguel Leão. Pelo contrário, em pleno período mais agudo das lutas pela liberdade dos médicos, em Dezembro de 89, recordo o dr. Leão como fomentador de uma lista que derrubou o então Conselho Regional do Norte da Ordem dos Médicos.
— Começo agora, após contactar com as metodologias que o candidato traz para a peleja eleitoral que se aproxima, a perceber o sentido profundo de um artigo do médico do Norte, dr. Artur Osório, publicado no Jornal de Notícias, em que avaliava as qualidades morais necessárias para se ser candidato ao cargo de presidente da Ordem dos Médicos…
*Bastonário da Ordem dos Médicos e candidato à reeleição

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