quarta-feira, 12 de março de 2008

UNIDADE LOCAL DE SAÚDE DE MATOSINHOS

Estratégia e Resultados 2002-2007
Extracto da "Mensagem do Presidente" do Relatório de Gestão e Contas de 2007

A estratégia adoptada pelo Conselho de Administração da Unidade Local de Saúde de Matosinhos (ULSM), de 2002 a 2007, teve por base quatro vectores fundamentais:

1. Política de Qualidade

2. Integração de Cuidados

3. Formação

4. Gestão eficiente

1. Através da política de qualidade adoptada, foi objectivo do CA prosseguir o programa de melhoria contínua de qualidade organizacional iniciado em 2000/2001. Com esse programa, obtivera-se em 2002 a Acreditação do Hospital Pedro Hispano, iniciando-se um ano depois idêntico programa nos Cuidados de Saúde Primários, englobando assim toda a instituição. Estava em causa a progressiva construção de uma cultura organizacional, sustentada no reconhecimento da multidisciplinaridade, interdependência e complementaridade de todos os profissionais envolvidos no processo de prestação de serviços.

2. No que concerne à integração de cuidados, o reconhecimento da mais fácil identificação de necessidades em saúde das populações de uma região geográfica determinada, perspectivava uma mais eficaz intervenção na prevenção da doença e na promoção da saúde. Por outro lado, tal integração dava a oportunidade de uma mais eficaz racionalização da procura e oferta de cuidados, em que estava implícita a continuidade dos mesmos, assumindo o Médico de Família o papel de gestor de saúde dos seus utentes. No Hospital, havia que zelar por uma resposta eficaz às solicitações dos Cuidados Primários, melhorando a resposta na consulta externa e no internamento (médico e cirúrgico), promovendo os procedimentos hospitalares passíveis de realização em regime ambulatório, melhorando a qualidade de atendimento no Serviço de Urgência, maximizando o aproveitamento da capacidade instalada em MCDT e promovendo a diferenciação/inovação em áreas clínicas necessárias à população da ULSM e em relação às quais também se pudessem obter mais valias, por carências de âmbito regional ou nacional.

3. A importância do desempenho individual de todos os profissionais, quer no que se refere a competências técnicas específicas, quer no que respeita a competências gerais; do seu papel na dinamização do colectivo; da responsabilização progressiva aos vários níveis de intervenção e na aquisição de novas competências, justificava o investimento na formação.

4. A reestruturação dos sistemas de informação era aspecto de preocupação prioritária. Desde logo por indispensáveis na própria perspectiva de integração de cuidados e de monitorização da actividade assistencial, mas também pela sua importância crítica em todos os processos inerentes ao funcionamento dos Serviços da Aprovisionamento, Farmácia e Departamento de Gestão Financeira. Associada a essa reestruturação identificava-se como de implementação urgente a revisão de todos os processos próprias da actividade do Serviço de Aprovisionamento e do Departamento de Gestão Financeira. Em suma: -a gestão eficiente pressupunha a implementação de um eficaz sistema de controlo de gestão. Em 2002, esta era a vertente mais crítica e de mais difícil intervenção. Tanto mais que, pela história da instituição, parte substancial desse controlo era alheia à ULSM – aquele que dizia respeito aos Centros de Saúde, do ponto de vista das contratações relacionadas com MCDT e similares – assim continuando até ao fim de 2006, por imperativo legal. Neste capítulo específico, só em 2007 se iniciou a viragem de que já são visíveis importantes resultados. Não sendo este o espaço adequado para uma descriminação exaustiva de todos os indicadores ilustrativos da progressiva melhoria de prestação de serviços, tanto quantitativa como qualitativamente, bem como da respectiva efectividade e eficiência, devem salientar-se alguns deles, na medida em que demonstram o sucesso da estratégia referida.

Assim, deve assinalar-se que:

- O número de utentes inscritos nos Centros de Saúde da ULSM aumentou 16% nestes cinco anos (mais de 180.000 em 2007), enquanto a população utilizadora cresceu 19%, situando-se actualmente em mais de 231.000 (variação anual de 4%);

- As taxas de vacinação, nos últimos cinco anos, passaram de 98,6% para 99%, de 94% para 99% e de 90% para 99%, respectivamente no que se refere às metas A, B e C do Programa Nacional de Vacinação, assim cumprindo ou ultrapassando os objectivos nacionais definidos;

- O número de consultas de Medicina Dentária nos Cuidados de Saúde Primários (saúde infantil e escolar e utentes de maior risco como diabéticos, idosos, doentes com patologia cardíaca, grávidas e utentes com problemas sócio económicos em famílias de risco), aumentou de 1.689 em 2002 para 3.762 em 2007 (variação de 122,7%);

- O número global de consultas/atendimentos programados em Medicina Geral e Familiar cresceu 4% ao ano, atingindo em 2007 o número de cerca de 546.000;

- Nos Centros de Saúde, o número de atendimentos de enfermagem aumentou 62,2% nos últimos cinco anos, atingindo os cerca de 202.000 em 2007;

- O aumento do número de consultas de especialidades hospitalares concretizadas nos Centros de Saúde teve um crescimento de 2% ao ano, atingindo cerca de 25.000 em 2007;

- A prevalência de tuberculose pulmonar – problema de saúde pública relevante no concelho – aproximou-se muito significativamente da média da região Norte, ao reduzir-se 11% ao ano nos últimos cinco anos (87,9/100.000 habitantes em 2002 para 46,9/100.000 em 2007), verificando-se pela primeira vez este ano que em nenhuma freguesia do concelho a prevalência ultrapassa os 100 doentes/100.000 habitantes (“freguesias de risco”);

- O número de internamentos hospitalares manteve-se sem variação importante, constatando-se entretanto um crescimento global superior a 6% no número de doentes submetidos a cirurgia (com significativo aumento percentual relativo de médias/grandes cirurgias em regime ambulatório);

- A acessibilidade também melhorou na consulta externa do hospital, traduzida pelo acréscimo de mais de 7% ao ano, situando-se em 2007 acima das 204.000, com um valor global de 28% de primeiras consultas;

- Igualmente o Hospital de Dia melhorou o seu desempenho, crescendo mais de 30% ao ano no número de sessões e 21% ao ano no número de doentes tratados, concluindo o ano de 2007 com mais de 11.000 sessões em cerca de 3.800 doentes;

- O número de partos baixou cerca de 6% ao ano (2.435 em 2002 para 1.834 em 2007), reflectindo a acentuada baixa da taxa de natalidade, mas que o número de parturientes a usufruir de analgesia epidural do parto cresceu 4% ao ano - 1.339 em 2002 para 1.631 em 2007 (de 55% em 2002 para 89% em 2007);

- A produtividade na área dos MCDT cresceu acentuadamente, reflectindo o melhor aproveitamento da capacidade instalada, nomeadamente através da internalização dos mesmos (exames requisitados nos Centros de Saúde da ULSM, que eram levados a efeito por entidades convencionadas com o Serviço Nacional de Saúde): - nos últimos cincos anos, o crescimento dessa produtividade foi de 75% em Patologia Clínica, 102,8% na área da Imagiologia, 7,9% em Medicina Física e Reabilitação e 11,2% nos exames de hemoterapia;

- A racionalização de procura de cuidados de saúde através do Serviço de Urgência Hospitalar está bem espelhada no facto de o número de episódios de urgência no Hospital ter diminuído 11,4% nos últimos cinco anos (127.618 em 2002 para 113.080 em 2007), como contrapartida duma boa oferta de cuidados na Unidade Básica de Urgência (20:00 às 24:00 horas nos dias úteis e 8:00 às 24:00 horas nos fins de semana e feriados) e das Consultas Urgentes nos Centros de Saúde (8:00 às 20:00 horas dos dias úteis) que, no seu conjunto, cresceram 44,1% (de 68.685 em 2002 para 98.975 em 2007). Complementarmente, deve registar-se que este crescimento assenta fundamentalmente no número de consultas urgentes atendidas nos Centros de Saúde (39.771 em 2002 versus 68.204 em 2007). É também indispensável referir que mais de 40% dos doentes actualmente atendidos no serviço de Urgência do Hospital Pedro Hispano residem nos concelhos vizinhos, não estando por isso inscritos nos Centros de Saúde da ULSM;

- Verificou-se uma redução de custos com MCDT que ultrapassou os 16%, a partir do momento em que o controlo da facturação passou para a responsabilidade da ULSM (início de 2007);

- Registou-se importante redução de custos com transportes de doentes (superior a 40%), apesar do aumento do número de doentes transportados e do aumento do preço dos combustíveis (é de salientar que antes da aplicação das medidas que levaram a este resultado, os custos com transportes ultrapassavam o milhão de euros);

- No último ano alcançou-se uma redução dos custos com a oxigenoterapia e ventiloterapia domiciliária de cerca de 42% (num valor que ultrapassava o milhão de euros), mantendo-se o número de doentes em tratamento e melhorando a qualidade assistencial dos mesmos (nomeadamente prescrição mais cuidadosa e melhor acompanhamento domiciliário para garantia de que o tratamento prescrito é cumprido e que a utilização dos equipamentos é adequada);

- A evolução económico financeira relacionada com o desempenho operacional revela uma melhoria sustentada da eficiência da instituição, demonstrada pela variação do indicador EBIDTA que melhorou 93% nos cinco anos em análise, sendo de referir que o financiamento da componente cuidados primários da ULSM não teve qualquer variação entre 2002 e 2007;

- Nos últimos anos foram muitas as evidências de reconhecimento da qualidade dos serviços prestados pela ULSM: - Acreditação dos Centros de Saúde e Hospital (HQS), Certificação ISO global do Hospital (HQS), depois de idêntica distinção individual dos serviços de Imuno hemoterapia, Anatomia Patológica e Esterilização; três prémios em candidaturas ao Prémio “Boas Práticas na Administração Pública” (um em 2005 e dois em 2007) e cinco nas candidaturas “Hospital do Futuro” (2007); resultados de Inquéritos de satisfação dos utentes (Centros de Saúde e Hospital), levados a efeito pela ULSM (anuais) e por entidade externa (2005/2006), demonstrativos da excelência dos seus serviços. Subjacentes a todos os resultados sumariamente registados estão, como não podia deixar de ser, múltiplas iniciativas, diversos e significativos investimentos e muito trabalho. O Conselho de Administração cumpriu o seu dever de pensar, planear, dinamizar, executar e deixar sementes.

Mas o principal valor da ULSM são os seus profissionais, a quem se devem os bons resultados alcançados.

O ano de 2007 constitui, nos últimos cinco anos, o topo de uma rota ascendente, sob todos os pontos de vista.

Preservando valores fundamentais como a verdade, transparência, responsabilidade, solidariedade e lealdade a ULSM continuará o caminho do sucesso que até agora vem trilhando.

Porque está na direcção certa, tudo o que há a fazer é continuar…