terça-feira, 19 de fevereiro de 2008

UMA NOVA ERA...

A ideia de criar um blogue para partilhar com os leitores alguns dos meus pensamentos e a partir deles dar origem a uma troca de opiniões que a todos pudesse enriquecer, surgiu na minha mente há pouco mais de uma ano.
Sem prejuízo de poder vir a abordar outros assuntos, pretendia privilegiar os que se relacionam com a Saúde e com os Médicos. Nada de mais natural, visto que sou médico.
O início (assumido) da candidatura à eleição para Bastonário da Ordem dos Médicos por parte do colega Miguel Leão, logo nos primeiros meses do ano, marcou os conteúdos do blogue até ao termo do processo eleitoral.
Quem me conhece sabe que sempre me interessei por tudo o que diz respeito à classe profissional em que me integro. Como também não desconhecerá que, de diversas formas, participei activamente nas organizações que a representam.
As opiniões que exprimi e os textos que seleccionei para publicação neste espaço, resultaram efectivamente de convicções pessoais que já tinha ou fui adquirindo. Sempre com o respeito devido a todas as pessoas, por vezes emiti a minha opinião de forma critica e assertiva, outras com algum humor e ironia, algumas vezes também utilizando opiniões publicadas por colegas (ou cuja publicação foi pelos mesmos autorizada).
De todas essas formas, procurei contribuir para o esclarecimento e compreensão de factos, comportamentos, afirmações e informações. Sempre com a convicção de que as armas a utilizar em defesa dos valores fundamentais em democracia e de um estado de direito são a verdade, a transparência, a lealdade e a solidariedade.
O clima que se vive a cada momento na sociedade e em diversas organizações (por razões das mais diversas), nem sempre permite a clarividência de todos os envolvidos para uma análise imparcial, factual e justa de diversos acontecimentos. Convencido, no entanto, de que a defesa e a prática daqueles valores é o caminho certo, o que há fazer é continuar no mesmo trilho… As pessoas de bem sabem mudar de opinião quando houver evidência para tal.
Concluído o processo eleitoral para a Ordem dos Médicos, este espaço passará a ter uma nova gestão de conteúdos. Naturalmente, serão privilegiados temas/assuntos de especial importância e significado para os médicos. Estes discutem pouco com os seus pares, de forma aberta, o que pensam sobre as mais diversas matérias que lhe dizem directamente respeito. Frequentemente, assumem opiniões e posições que não são fundamentadas numa análise pessoal, ponderada e desapaixonada.
A campanha eleitoral recente para os corpos gerentes da OM – especialmente para Bastonário – é um exemplo vivo de meias verdades, mentiras, desinformação e insinuações que convenceram (?) alguns.
Certamente porque estes se têm mantido afastados da discussão de problemas importantes que lhe dizem respeito, não acompanharam a sua evolução, não se habituaram a proceder a uma análise estratégica para a mais eficaz abordagem dos mesmos. Nomeadamente quanto está em causa uma negociação com a tutela. Provavelmente também porque ainda não tiveram oportunidade de reflectir bem sobre os conteúdos legais de diversos diplomas (incluindo Estatutos, Códigos e Regulamentos da OM) que a todos obrigam.
Para além disso porque provavelmente têm um conceito do papel e do lugar do médico na sociedade, que se encontra desajustada da realidade social em que vivemos. Espero que a colaboração dos colegas que por vezes dedicam alguns minutos a visitar este blogue, permita uma sã troca de opiniões e ajude ao esclarecimento de problemas que a todos interessam.
Finalmente uma explicação: - porquê o uso inicial de um pseudónimo na autoria deste blogue ? Alguns acontecimentos e as funções por mim desempenhadas, certamente do conhecimento de muitos dos leitores, justificaram que na sua nascença considerasse mais adequada esta opção. Entendi que desta forma poderia expor o meu pensamento sem que, de imediato, ele pudesse ser incorrectamente interpretado por alguns. Actualmente as condições não são exactamente as mesmas. Aquilo que está pendente, enquadrado no momento que vivo e que todos vivemos, não justifica a manutenção da opção inicial. Por isso decidi revelar a minha identidade.