sábado, 22 de agosto de 2009

SEM DEMORA, MUDEMOS !

Quais são as pessoas da sua empresa que possuem maior capacidade criativa?
Que condições criou para a sua utilização e valorização?

Vivemos num país onde o pensamento organizado e sistémico é bastante frágil. Somos todos muito críticos e "opinativos", as reuniões são "infinitas", é difícil organizar o tempo e o rigor é pouco valorizado.
Para agravar a situação, 1 em cada 5 portugueses é pobre e 1 em cada 10 portugueses é analfabeto. Na prática, quase um terço dos portugueses não contribui para o PIB.
A percepção de corrupção tem vindo a aumentar, o pessimismo dos portugueses atingiu os níveis mais elevados, as assimetrias sociais e económicas são cada vez maiores e, desde 1986, o índice de confiança dos portugueses atingiu o valor mais baixo.
Como sair deste ciclo?
…Eu gostaria de um Portugal onde as pessoas fossem felizes, onde houvesse confiança.
Confiança nas instituições, na sociedade, na família, nas pessoas e sobretudo nos líderes.
Fala-se de crise financeira, mas a crise é de evolução.
Para mim é provavelmente a primeira "crise de transformação" do mundo global.
Temos que mudar, comportamentos, atitudes, estilo de vida e políticas.
E, infelizmente, há muita resistência.
Dizem-nos que se tem que mudar, mas no fundo não querem.
Mas, vamos mesmo ter que mudar! E espero que seja o mais cedo possível.
Assim, mais do que nunca, precisamos de líderes "a sério"…”
“…Se é político, economista, gestor ou simplesmente alguém com responsabilidades de gestão sobre um grupo de pessoas ou sobre uma organização não "use" as pessoas, não pense só na sua carreira, não tema concorrência e não perca tempo com intrigas.
Trabalhe para transcender, procure superar os seus limites, não deixe de querer crescer e de querer desenvolver profissionalmente os que trabalham consigo.
Seja um líder que não teme a mudança e que como não tem medo dela, procura encontrar sempre novas soluções para superar, por vezes, até mesmo causas consideradas impossíveis.
Para isso é essencial ser competitivo, mas viver em integridade e coerência, crescendo constantemente em sabedoria e prudência.
Das pessoas que trabalham consigo, sabe quais são as que possuem uma maior capacidade criativa?
Que condições criou para a sua utilização e valorização?
Olhe que um clima de confiança no trabalho estimula a entrega e dedicação.
E é um item básico da felicidade. É por isso que luto por ser feliz.
E você ?"
Extracto de artigo de
Bruno Valverde Cota, Doutorado em Gestão de Empresas
In Diário Económico de 25/03/2009

segunda-feira, 17 de agosto de 2009

CULTURA DE IRRESPONSABILIDADE

Seis doentes confiaram o tratamento dos seus olhos a um dos mais conceituados hospitais portugueses.

Saíram cegos do bloco operatório.

Numa organização que se prezasse, a responsabilidade seria imediata e integralmente assumida; e será partilhada por todos, sem excepção.

Tal seria exigido pela cultura da organização, pelos procedimentos internos adoptados, por amor à verdade, por respeito pelos utentes, por compaixão para com os atingidos.

Uma boa parte do que se seguiu mostra a distância a que nos encontramos deste paradigma.

Houve três intervenções particularmente dolorosas.

A Ordem dos Farmacêuticos e o Colégio de Especialidade da Ordem dos Médicos tiveram como única preocupação isentar os seus representados – cheirou a corporativismo, no que este tem de pior.

A Direcção Clínica do Hospital afirmou não ter chegado a nenhuma conclusão, o que não a impediu de acrescentar que “negligência médica temos a certeza que não houve”, pelo facto de todos os procedimentos em causa se encontrarem certificados (evidenciando que não sabe o que é nem para que serve uma certificação).

O efeito destes pronunciamentos é perverso: - diminuem a nossa confiança no sistema, ao contrário do pretendido.

Daniel Bessa

In Expresso - 15/08/209