segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

NEGOCIAR "RÓTULOS" VS CONCRETIZAR PROJECTOS...

Recuso-me a envelhecer, no sentido da acomodação a uma vida baseada exclusivamente em recordações.
Ter e/ou colaborar em projectos novos e trabalhar com empenho na sua concretização mantém-nos "vivos".
Em contraponto, abandonar os que já não conseguem manter a nossa motivação, nomeadamente porque deixamos de reconhecer no seu desenvolvimento os valores que sustentam a sua credibilidade, torna-se um imperativo de saúde mental.
Quando descobrimos que temos menos tempo para viver do que aquele que já vivemos, muitos sentimos necessidade de "reinventar" as nossas vidas.
Entretanto, adquirimos aquele "estatuto" que nos impele à exposição desinibida das nossas opiniões críticas sobre o mundo que nos rodeia.
Na "reinvenção" das nossas vidas, o tempo que já vivemos e o que daí retiramos, obriga-nos a opções coerentes, nomeadamente levando em conta o contexto em que estamos inseridos e as opiniões que temos sobre o tal "mundo que nos rodeia".
Acredito que se trata de um instinto de sobrevivência e de alerta para os nossos filhos e para os mais jovens em geral, que querem ser felizes.
Abdicar dos valores fundamentais, no todo ou em parte, é colaborar activamente para aquilo que hoje se verifica estar a acontecer na nossa sociedade: - cada vez é maior o número de pessoas mais interessadas em "negociar" rótulos do que em debater genuinamente ideias e projectos e concretizá-los com credibilidade - para o que é indispensável a verdade, integridade, transparência, responsabilidade, solidariedade e lealdade.
No que me diz respeito, não quero contribuir para um mundo que não traz verdadeira felicidade para ninguém.
E, como escreveu o poeta *, "... a felicidade é como a pluma, que o vento vai levando pelo ar; voa tão leve, mas tem a vida breve; precisa que haja vento sem parar..."
* Vinicius de Morais