terça-feira, 20 de novembro de 2007

MAIS OUTRA DE MIGUEL LEÃO...

In "Jornal Médico de Família" de 19/11/2007
Silvino Bacelar
Não sei se é desta que Scar chega a rei Leão, nem como se tem dado com as hienas…
Mas posso noticiar que, poderes mais altos na selva, lá os obrigaram a devolver o suculento naco de carne que tinham abocanhado a este herbívoro!
Acabo de receber, com data de 8 de Novembro, um chequezinho através do qual me são restituídos os 1.600 euros subtraídos ao meu ordenado nos meses à volta do Natal de 2006 - por penhora e transferência, forma que a Secção Regional do Norte da Ordem dos Médicos encontrou para se ressarcir de… 777,24 euros de juros de mora referentes a quotas já pagas e que, na maior parte, eu nem tinha obrigação legal de pagar...
Suspeitando de que estivesse mal aconselhado, oportunamente (Maio de 2004) escrevi ao Dr. Miguel Leão convidando-o a rever as instruções que dera à sua mandatária judicial (curiosamente, a "nossa" consultora jurídica):
"Permita-me ainda que, mais velho, o aconselhe a, no que lhe compete, não deixar a Ordem subalternizar os princípios éticos que devem nortear a conduta de qualquer Médico (nomeadamente com os seus pares) ao legalismo oportunista de uma certa advocacia comercial.
Paradigmática do que é, ou deveria ser, essa diferença de posturas, a descomunal tabuleta (tem mais de duas varandas de comprimento) do consultório da vossa jurista/cobradora: ridícula, totalmente inaceitável e passível de procedimento disciplinar, segundo os parâmetros que nos ensinaram na Faculdade de Medicina; provavelmente normal no ramo de actividade da anunciante..." Mas o Dr. Miguel Leão está-se nas tintas para a opinião de alguém fora do aparelho, e persistiu no erro.
Escreveu-me: " confirmamos o teor do mandato e das instruções com que habilitamos a nossa Advogada". O resultado está à vista...
Fazer passar a Ordem por isto é uma nódoa na folha de serviços deste candidato a bastonário.
Mesmo se é pouco relevante o montante em causa, quando comparado com o da noticiada queixa-crime em que a própria Ordem o acusa de desvio de fundos para financiar a sua campanha…
Por razões que já dei a público, embora noutro periódico - o Nortemédico - a minha relação com a Ordem é, como a da maioria dos médicos, distante.
No entanto, tal como um católico não praticante sente algum conforto em ter como Papa uma figura consensual, prestigiada e impoluta, também eu gostaria de ter na minha ordem profissional uma figura tutelar assim. Infelizmente, não é este o caso do candidato do Norte, como expliquei no nº 116 de "Médico de Família", de Janeiro deste ano.
Não me repito, porque participar na campanha eleitoral não é minha intenção. Apenas informar os leitores do desfecho do caso que então descrevi: sim, com a intervenção de uma jovem advogada competente, e - lamentavelmente - em instâncias exteriores à Ordem, lá tiveram que me devolver a massa…

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